UA-78357878-1 A Line leu: [Resenhas] Joyland (ou: um livro levinho do King)

25 de abril de 2016

[Resenhas] Joyland (ou: um livro levinho do King)

Título: Joyland (Original: Joyland)
Autor: Stephen King
Editora: Soma de Letras
Ano: 2013

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Eu fui visitar uma amiga (uma das minhas principais "intercambistas" de leituras) e, na hora de ir embora, ela me estendeu esse livro e perguntou se seu queria lê-lo. É um livro do Stephen King. É claro que eu queria ler. E foi assim que Joyland, um livro do King que não tem muita cara de livro do King, chegou até mim.

Joyland é o nome de um parque de diversões, desses americanos que são meio parque, meio circo. A trupe de funcionários vive e respira a atmosfera da indústria da diversão itinerante e muitos deles têm o que, no livro, é chamada de "alma de parque".

Nosso protagonista Devin Jones é, ao mesmo tempo, idoso e rapaz. No presente, um idoso acessando suas memórias, remoendo velhas dores e velhas paixões. No desenrolar da história, um jovem cru lidando com o primeiro coração partido e as primeiras-vezes da vida. Um jovem prestes a entrar no mundo dos parques de diversão só para fazer um estágio de verão, sem pretensões ou ambições.

Enquanto luta para esquecer o pé na bunda inevitável que acaba de levar, Devin se descobre cada vez mais envolvido com o parque de diversões, com sua rotina e língua únicos, seus personagens e segredos. Enquanto espera ansioso (sabe-se lá por quê) para ver o famoso fantasma de uma moça assassinada no túnel do horror, o rapaz canta e dança para as crianças vestido como o Howie, o Cão Feliz, símbolo do parque (na minha cabeça, ele virou o Tchutchucão).

No caminho de ida e volta entre sua casa e o parque, Devin conhece o menino Mike e sua mãe Annie, em sua própria luta para viver inteiramente cada um dos dias. Mike tem uma doença incurável e sua morte é iminente, embora sua mãe o proteja com uma fúria de quem quer reverter o irreversível. Mike é uma criança doce, corajosa e especial: seus poderes paranormais o tornam peculiar,

De um modo geral, nos livros de Stephen King os trechos paranormais são quase coadjuvantes. Embora sejam livros de terror, as coisas inexplicáveis, monstros e poderes fora de controle, servem apenas de condutores para a trama, que quase sempre se desenrola e te aterroriza na natureza humana (e por meio dela). Não é diferente nesse livro, mas nessa história, a moça fantasma presa no parque e os poderes paranormais da criança são meros detalhes. Nada disso importa muito.

Essa é uma história doce, despretensiosa e muito triste. Nesse livro, King abre mão do horror e até mesmo das reflexões sobre os extremos da natureza humana. Ainda assim, é possível perceber a delicadeza com que cada personagem, mesmo os menores, foi construído. É possível encontrar profundidade e verdade em cada um deles.

Esse é um livro sobre perder. E aprender a lidar com isso.

[BÔNUS]

O ótimo músico Andy Mckee compôs um música inspirada no livro :) Clique para ouvir:


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