Título: O pacto (The declaration)
Autor: Gemma Malley
Editora: Rocco Jovens Leitores
Ano: 2009
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Eu acho que esse foi o primeiro livro em meses que eu li e achei médio. Não chega a ser ruim, mas tem um ritmo lento e um enredo que por mais promissor que pareça, não se desenvolve muito bem. Pega carona na onda de distopias adolescentes e bebe na fonte de histórias como "Jogos Vorazes" e "Feios", mas com menos profundidade.
O tal pacto, do título do livro, chegou depois de a humanidade desenvolver um tipo de droga que permite a imortalidade. Com isso, o mundo ficou cada vez mais populoso, já que as pessoas pararam de morrer. Em nome de economizar recursos, o pacto surgiu: ninguém mais poderia ser filhos, a menos que renunciasse à imortalidade.
Radical, a decisão gerou controvérsias e, aos poucos, a juventude real foi praticamente extinta. Filhos "ilegais", nascidos de pessoas que desrespeitaram o pacto, são tirados de seus pais e levados para grandes lares comunitários onde, sob torturas, ameaças e humilhações, aprendem que não tem direito ao mundo e, pelo contrário, estão em débito com ele. Por isso, os chamados "excedentes" são crianças sem sobrenome e sem autoestima, treinadas desde bebês para servirem aos Legais.
Protagonista da história, a Excedente Anna é exemplar. Disciplinada, silenciosa e com uma autoestima invertida e impecável. Anna tem certeza de que não tem nenhum direito e mais certeza ainda de que precisa servir com dedicação total e resiliência absoluta. Uma perdida marionete do sistema, até a chegada de Peter, um rapaz misteriosos e rebelde com informações sobre o mundo lá fora.
Ou seja, até agora nada de novo sob o Sol. Uma mocinha que não tem a menor intenção de se rebelar, perfeitamente adaptada a um sistema que a oprime, e a-pessoa-que-desencadeia-a-mudança. Anna ao poucos (claro) se apaixona por Peter e os dois articulam uma fuga (claro) para se juntar a uma aliança rebelde que está disposta a reverter as coisas (claro).
Enfim.
As reflexões sobre as consequências que a imortalidade teria no nosso planeta são louváveis e até tornam a leitura um exercício interessante de filosofia. Mas é difícil destacar mais do que isso nesse livro.
O livro termina ainda com muitas pontas soltas e de maneira quase que previsível. A história é uma trilogia mas, a julgar pelo volume 1, não fiquei empolgada para continuar.
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