Título: As esganadas
Autor: Jô Soares
Editora: Companhia das Letras
Ano: 2011
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Minha mãe chegou em casa com esse livro e me perguntou o que eu já tinha lido do Jô Soares. E fora alguns textos e frases soltos (de autoria questionável), eu não tinha lido nada. Foi uma ótima oportunidade de resolver isso.
Eu já tinha assistido a adaptação cinematográfica de um livro do Jô - O Xangô de Baker Street - e lembro de ter achado um pouco estranho. Essa coisa de misturar serial killers, história do Brasil, detetive lusitano e humor talvez seja característica dele, já que a estrutura se repete claramente em "As esganadas".
Sem paciência para grandes mistérios, nosso assassino e sua motivação já são revelados logo no início da história, assim como acompanhamos seus planos e triunfos ao longo da narrativa. As vítimas da vez são mulheres gordas, moradoras de um Rio de Janeiro dos anos 30 perfeitamente contextualizado pelo autor, seduzidas pela possibilidade de doces portugueses de graça.
Os personagens, de modo geral, são carismáticos e divertidos, pessoas que é fácil imaginar em um filme ou novela (mas não na vida real). Desde o caricato Tobias Esteves, nosso detetive lusitano, até os funcionários da delegacia, a jornalista charmosa e sagaz e a esposa-troféu, todos os personagens são exatamente isso: personagens, tipos bem estruturados e impossíveis, repletos de clichês e piadas.
É um livro sem grandes desafios, um entretenimento rápido e seguro, com personagens fáceis de reconhecer na nossa ficção.
Vale a leitura, mas não espere um livro de horror ou de mistério. Jô Soares é um comediante e nesse livro brinca com a morte e a crueldade como faria em uma esquete de TV.
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