UA-78357878-1 A Line leu: [RESENHA] Tá todo mundo mal (ou: bendita seja a crise)

10 de janeiro de 2018

[RESENHA] Tá todo mundo mal (ou: bendita seja a crise)


Capa do livro - Tá todo mundo mal - O livro das crises, Jout Jout, Júlia Tolezano, ResenhasFicha técnica:

Título: Tá todo mundo mal - O livro das crises
Autor: Jout Jout
Ano: 2016
Editora: Companhia das Letras
Páginas: 200
Avaliação: ⭐ ⭐ ⭐ ⭐ ⭐


Eu tenho um grupo de amigas que venho cultivando desde, aproximadamente, 2005. Nós temos muito em comum e, ao mesmo tempo, somos incrivelmente diferentes. O que é ótimo e, para ser bem sincera, é provavelmente um dos motivos de essa parceria funcionar: somos complementares. Esse contexto todo para chegar ao livro alvo dessa resenha, "Tá todo mundo mal", tem dois motivos. O primeiro é que ganhei esse livro de uma dessas amigas, na última edição do nosso amigo-secreto anual. O segundo é que, por mais diferentes que sejamos umas das outras, as crises (várias parecidas com as da Jout Jout) sempre nos uniram.

Gosto muito dos vídeos da Júlia então já fazia muito tempo que eu queria ler esse livro. Vários motivos foram adiando a leitura e, por fim, quando consegui ler, já tinha passado mais de um ano do lançamento. Lendo, me identifiquei com várias coisas, não me identifiquei com várias outras. Exatamente como acontece quando falo com as minhas amigas.

Ler esse livro dá mesmo essa sensação gostosa, esse calorzinho no peito de ter uma conversa boa com uma amiga de muito tempo. Essa certeza de que não é preciso conquistar, impressionar, disfarçar, se justificar. São só pessoas familiares ao redor, que já te viram no seu melhor e no seu pior, e continuaram ali por perto. Mesmo quando a vida nos afasta um pouco, basta um pouco de boa vontade mútua e voi-lá! Eis um laço forte e pronto para a próxima crise.

É assim que Jout Jout estrutura esse livro, pulando de crise em crise, da infância à adultecência. Com um texto leve e brincalhão (assim como nos vídeos), Júlia pega a gente pela mão e vai te apontando as paredes cheias de memória, dizendo, empolgadíssima: "OLHA, AQUILO ALI FOI DA VEZ QUE QUASE MORRI", como quem mostra um álbum de fotos. Como quem já te conhece há anos. E você vai, acompanhando feliz da vida, com aquele sorriso bobo de quem já ouviu a mesma história mil vezes mas com certeza vai ouvir de novo e hoje tá com paciência para ouvir outra vez, com detalhes.

Nesse livro, Jout coloca em prática seu grande dom: provocar empatia. Colocando pra fora suas crises, mágoas, medos e lições, Júlia nos trata como amigos íntimos e, dando aquele abracinho nos ombros, reforça que tá todo mundo mal, e tudo bem. Exatamente como os amigos fazem.

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