Título: Todo Dia (Every Day)
Autor: David Levithan
Ano: 2013
Editora: Galera Record
Gênero: Romance / Literatura Estrangeira
Classificação: ⭐ ⭐ ⭐ ⭐ ⭐
O amor é uma grande coincidência. Encontrar com a alma certa, no momento certo, é uma raridade. Quando um encontro como esse acontece, é preciso agarrar a oportunidade com unhas e dentes. Mas e quando a alma que você encontrou troca de corpo todas as manhãs?
A proposta desse livro lindo do David Levithan é essa: contar a história de A., uma alma sem corpo, e seu encontro com Rhiannon. A condição de A., de 16 anos, é extraordinária. A cada manhã, A. acorda em um novo corpo, uma nova vida, com novas lembranças e rotinas. Embora tenha consciência de que aquele corpo é de outra pessoa e consiga acessar todas as informações necessárias sobre a vida que vai viver aquele dia, A. sabe que na meia noite seguinte, será arrancado de onde está para acordar sabe-se lá onde, sabe-se lá porque. E tudo bem. A. está acostumado com isso. Está preparado. Não tem motivos para ficar.
Até acordar no corpo de Justin e conhecer Rhiannon.
O encontro dos dois é lindo, intenso, e a busca de A. para reencontrá-la todos os dias, independente do corpo em que esteja ou da vida que esteja levando, gera muitas metáforas importantes sobre os relacionamentos, abordando várias faces do desejo, da cultura, da renúncia e dos sacrifícios. Enquanto acompanhamos o desespero de A. para ficar ao lado de Rhiannon, vemos também a moça amadurecer e forçar A. a refletir sobre as necessidades reais do amor.
Viver tantas vidas diferentes dá ao protagonista dessa história a chance de uma enorme reflexão sobre a cultura em sociedade e o fato de que, em essência, todas as vidas são parecidas. As pessoas querem viver, querem ser amadas, respeitadas, querem sentir que são necessárias. Somos, em resumo, 98% iguais, como A. cita em um trecho do livro, mas deixamos os 2% da diferença pesarem mais na balança.
Nessa história linda e impecável, é impossível ficar indiferente. Essa é uma das histórias de amor mais bonitas que eu já conheci na ficção e estou bastante impressionada com o talento de Levithan, que transite com facilidade entre o lírico e o objetivo, e domina o texto de uma forma que o livro pode ter um trecho muito divertido e no capítulo seguinte um muito emocionante. Levithan pega as palavras e as transforma no que bem entende. Já estou caçando outros livros dele para saber se isso acontece em todas as histórias que ele conta ou somente nessa.
P.S.: Me emocionei escrevendo a resenha, só de reler os trechos preferidos que eu tinha marcado. Que livro, gente. Que livro.
Autor: David Levithan
Ano: 2013
Editora: Galera Record
Gênero: Romance / Literatura Estrangeira
Classificação: ⭐ ⭐ ⭐ ⭐ ⭐
O amor é uma grande coincidência. Encontrar com a alma certa, no momento certo, é uma raridade. Quando um encontro como esse acontece, é preciso agarrar a oportunidade com unhas e dentes. Mas e quando a alma que você encontrou troca de corpo todas as manhãs?
A proposta desse livro lindo do David Levithan é essa: contar a história de A., uma alma sem corpo, e seu encontro com Rhiannon. A condição de A., de 16 anos, é extraordinária. A cada manhã, A. acorda em um novo corpo, uma nova vida, com novas lembranças e rotinas. Embora tenha consciência de que aquele corpo é de outra pessoa e consiga acessar todas as informações necessárias sobre a vida que vai viver aquele dia, A. sabe que na meia noite seguinte, será arrancado de onde está para acordar sabe-se lá onde, sabe-se lá porque. E tudo bem. A. está acostumado com isso. Está preparado. Não tem motivos para ficar.
Até acordar no corpo de Justin e conhecer Rhiannon.
"Que história é essa sobre o instante em que você se apaixona? Como uma medida tão pequena pode conter algo tão grande? (...) O momento em que você se apaixona parece carregar séculos, gerações atrás de si - tudo isso se reorganizando para que essa intersecção precisa e incomum possa acontecer. Em seu coração, em seus ossos, por mais bobo que saiba que é, você sente que tudo levou a isso, que todas as flechas secretas estavam apontando para esse lugar, que o universo e o próprio tempo construíram isso muito tempo atrás, e agora você acaba de perceber que chegou ao local onde sempre deveria ter estado." - p. 25
O encontro dos dois é lindo, intenso, e a busca de A. para reencontrá-la todos os dias, independente do corpo em que esteja ou da vida que esteja levando, gera muitas metáforas importantes sobre os relacionamentos, abordando várias faces do desejo, da cultura, da renúncia e dos sacrifícios. Enquanto acompanhamos o desespero de A. para ficar ao lado de Rhiannon, vemos também a moça amadurecer e forçar A. a refletir sobre as necessidades reais do amor.
Viver tantas vidas diferentes dá ao protagonista dessa história a chance de uma enorme reflexão sobre a cultura em sociedade e o fato de que, em essência, todas as vidas são parecidas. As pessoas querem viver, querem ser amadas, respeitadas, querem sentir que são necessárias. Somos, em resumo, 98% iguais, como A. cita em um trecho do livro, mas deixamos os 2% da diferença pesarem mais na balança.
Nessa história linda e impecável, é impossível ficar indiferente. Essa é uma das histórias de amor mais bonitas que eu já conheci na ficção e estou bastante impressionada com o talento de Levithan, que transite com facilidade entre o lírico e o objetivo, e domina o texto de uma forma que o livro pode ter um trecho muito divertido e no capítulo seguinte um muito emocionante. Levithan pega as palavras e as transforma no que bem entende. Já estou caçando outros livros dele para saber se isso acontece em todas as histórias que ele conta ou somente nessa.
P.S.: Me emocionei escrevendo a resenha, só de reler os trechos preferidos que eu tinha marcado. Que livro, gente. Que livro.