UA-78357878-1 A Line leu: janeiro 2016

29 de janeiro de 2016

Resenha - "Um mais um" (ou: Pequena Miss da Matemática)


 Ficha técnica
Título: Um mais um (Original: The one plus one)
Autor: Jojo Moyes
Editora: Intrínsica

(Se você não tem paciência para resenhas longas, tem uma mais curtinha no Instagram! :D )


Em 2015, mais ou menos nessa mesma época do ano, eu li "Como eu era antes de você", da Jojo Moyes. Ri e chorei horrores, adorei a história, recomendei para um monte de gente, me apaixonei por Lou e por Will. Daí, um ano depois, estou eu trocando livros emprestados com uma amiga e me chega esse "Um mais um", todo lindinho. Vi o nome da autora e pensei que bom, já que gostei tanto de "Como eu era...", talvez eu goste desse também. Mas não vai ter jeito de gostar deles mais do que gostei da Lou.

Mas daí tem. Tem sim como gostar mais desses personagens. Tem como se identificar com todos eles com uma ferocidade que gentedocéu. Tem como sentir vontade de entrar no livro para abraçar um por vez, dar um tapa na cabeça de todos, confortar todas as dores e dizer "te entendo".

O livro conta a história de Jess, uma moça jovem com responsabilidades demais e uma família pouco convencional, porém maravilhosa: Tanzie, sua filhinha de 9 anos que é um gênio da matemática, Nicky, seu enteado de 15 anos que é gótico e sofre bullyng, e Norman, o cachorrão da família que nunca aprendeu a buscar a bola no quintal. A família também (não) conta com Marty, o pai das crianças, que saiu de casa há dois anos e nunca mais apareceu.

Enquanto a gente está ali, vendo a Jess trabalhar noite e dia faxinando e sendo garçonete, enquanto as crianças tentam se enquadrar em vidas, a gente é apresentado ao Ed. Um dos clientes de faxina da Jess, que é um geek que se meteu na maior confusão da vida apenas porque não soube lidar com um término de namoro. Normal, quem nunca? A contracapa diz que eles se odeiam, mas a verdade é que eles sequer se conhecem. Jess tem problemas maiores que um patrão. Ed tem problemas maiores que a faxineira. Vida que segue.

Mas eis que chega o ponto de virada: Tanzie, a menina prodígio mais fofa de todas, ganha uma bolsa de estudos em uma escola incrível, onde ela vai poder alcançar todo o seu potencial! Maaaas... Para poder se matricular, a única chance da família é que a menina vença as olimpíadas de matemática. Dentro de 5 dias. Na Escócia. Pois é.

No meio de uma enorme confusão, enquanto Jess busca desesperada um modo de resolver os problemas (que é basicamente o que ela faz o tempo inteiro), Ed cruza o caminho da família. E oferece uma carona até as olimpíadas porque, poxa vida, não to fazendo nada mesmo e olha que graça de criança resolvendo equação. Ed, na verdade, está louco para fugir da própria vida e dos problemas enormes, e topa tudo por mais uns dias na estrada, tentando não pensar em nada.

A partir daí, o que rola é algo como Pequena Miss Sunshine, mas com matemática. A família inteira em função de um evento, todos os perrengues da viagem, um cachorro soltando pum (Norman, melhor cachorro). Nesse ambiente maluco, real e humano, vai surgindo um sentimento enorme, poderoso e justo. Vão se moldando relações e se descobrindo caminhos que podem mudar tudo.

Preciso dizer que eu fui me apaixonando junto. Quando comecei a ver para onde a história caminharia, imaginei clichês, dei uma desanimada. Mas Jojo, minha gente. Jojo conhece os caminhos do coração da gente e vai aos pouquinhos abrindo cada pedacinho dele. E a gente fica vulnerável, carente, saudoso. Se sentindo mais humano. 

Em vários pontos, a história dá guinadas surpreendentes, algumas de partir o coração, algumas que dão vontade de gritar diante da injustiça. Parece muito com a vida de gente normal, que sente e que luta todos os dias para não desistir. Você quer segurar a mão da Tanzie. Dar um like no blog do Nicky. Fazer um carinho na barriga do Norman. Dizer para Jess que ela é maravilhosa, mas precisa relaxar. E contar para o Ed que está tudo bem sentir medo, desde que a gente não pare de seguir em frente.

Essa é uma história para mergulhar. Uma história para focar toda a atenção e se permitir sentir. Quando eu terminei, quis imediatamente abraçar o livro. É isso que esse livro representa, no fim. Um abraço em todo mundo que está aí, vivendo vidas reais, errando e sentindo na pele as consequências ou enfrentando as injustiças com coragem e força. Um abraço em quem ignora as estatísticas e foca nas possibilidades.


Um mais um às vezes soma mais do que dois.  

27 de janeiro de 2016

A Line que lê

Oi, meu nome é Aline. Eu tenho 24 anos, sou jornalista, gosto de sorvete e de batata, adoro falar com e sobre pessoas e, basicamente, eu leio o tempo inteiro.

E eu leio qualquer coisa. Quando eu digo 'qualquer coisa', eu quero dizer qualquer coisa mesmo: revistas, jornais, sites, bulas de remédio, gibis e, claro, livros. Muitos livros.

E eu leio qualquer tipo de livro. Quando eu digo 'qualquer tipo', eu quero dizer qualquer tipo mesmo, dos infantis aos de autoajuda, dos religiosos aos épicos de fantasia, das ficções científicas às biografias políticas.

Se o livro foi recomendado por alguém, se algo no assunto me interessou, se a capa é muito bonita, o título é muito forte ou o preço está muito bom, eu leio. Se o tempo está frio, se está fazendo calor, se a chuva me prendeu em casa ou no trem, se sobra horário no almoço, se o sono não veio, se a briga foi feia, se a viagem é longa, se eu tenho 10 minutos no ônibus, eu leio.

Ler esse volume de livros que eu tenho lido me cobra um preço. Eu dificilmente tenho com quem falar sobre as histórias, porque a maior parte das pessoas tem um estilo definido de narrativa. Então com a amiga que gosta de fantasia, eu não comento sobre o quadrinho incrível que eu li. Se a colega gosta das biografias, eu não falo sobre os épicos medievais. Se a pessoa gosta de autoajuda, eu não comento os livros de história. Com  quem lê os livros espíritas, eu não consigo discutir os de mitologia celta. Ou até comento, porque preciso (muito) dividir, mas vejo que a pessoa ali do outro lado não está tão interessada assim. Percebe aí o meu problema? Pois bem.

Escrever sobre os livros logo depois de lê-los me ajuda em vários pontos. Primeiro porque quando eu falo sobre o livro e sobre como ele me fez sentir, eu me sinto pronta para ler o próximo, livre das impressões do anterior. E segundo porque me ajuda a lembrar. Eu gosto de ter registro das minhas sensações sobre cada história, minhas opiniões sobre ela. Porque gosto muito de revisitar esses relatos e tentar me olhar de outra perspectiva, ver onde mudei e onde continuo igual.

Já que, depois de ler, escrever é a minha atividade preferida, criei um blog. Para postar as minhas resenhas, indicações, sensações e o que mais der vontade. Espero que você me acompanhe, se divirta e divida comigo as suas impressões também. Vou adorar ler a sua sugestão de livro, seja ela qual for!

Seja bem vindo e veja o que A Line Leu.

 :)